domingo, 12 de dezembro de 2010

REGIÃO NORDESTE


 
No Nordeste, há quatro paisagens naturais diferentes: o Meio-Norte, prolongamento da Amazônia; o Sertão, que corresponde à área mais seca; a Zona da Mata, que ocorre nos trechos mais úmidos no litoral e finalmente, o Agreste, transição entre os dois últimos.


OS DIVERSOS "NORDESTES"

Litoral e Zona da Mata
 
Tendo sido introduzida, em 1530, a cana-de-açúcar na Zona da Mata, esta atividade ainda é dominante. Encontrou clima e solo propícios: tropical e massapê.
No passado, o domínio de engenhos e hoje a usina, retratam esta paisagem, que também trocou a mão-de-obra, antes negra, sob a relação escrava de produção, hoje, assalariada, porém temporária, em larga escala, no modelo bóia-fria. No interior da Zona da Mata, sobretudo em Alagoas e Bahia (Recôncavo), destacamos o fumo, assim como o sul da Bahia aparece a paisagem Jorge Amadiana do cacau, cultivado com o sombreamento da bananeira ou broqueado com a, cada vez mais reduzida, Mata Atlântica.
No litoral do Ceará e do Rio Grande do Norte há uma abrupta mudança na paisagem. Surge o sal, com destaque para as salinas de Macau e Areia Branca.
Na Zona da Mata, sobretudo após a SUDENE, destacamos os pólos Petroquímico de Camaçari, formando nestas áreas duas das três metrópoles regionais - Recife e Salvador. A terceira, e mais recente é Fortaleza, também no litoral. O turismo em toda a região vem sendo importante atividade econômica.

Agreste
É a região de transição entre a Zona da Mata e o Sertão. O Agreste com suas feiras de gado e sua policultura de subsistência, sofre modificações profundas na paisagem, monoculturas de fumo, cana. Oleaginosa, além de latifúndios que absorvem minifúndios desenham este novo perfil do agreste. Além da agricultura comercial há agora destaque para a pecuária caprina e ovina. Assim como o crescimento inchado das cidades, outrora feiras - as cidades-feira - Campina Grande, Feira de Santana, Caruaru, etc.

Sertão
O Sertão é marcado pelo latifúndio e pela pecuária. Nas "Bocas do Sertão", ilhas úmidas, encontramos a subsistência. A atividade agrícola de mercado é o algodão.
As maiores concentrações demográficas estão no São Francisco e no Cariri. O rio, que outrora era o dos Currais, hoje apresenta atividades agrícolas - cebola e vinha. Demonstrativo de que o Sertão é viável e o problema é a "Cerca"!
 
Meio-Norte
Nesta sub-região, destacamos o extrativismo vegetal, pecuária extensiva, algodão e arroz.
Extrativismo: madeira, babaçu e carnaúba.
Pecuária: áreas mais secas do interior.
Áreas mais úmidas: algodão e arroz (a soja, recentemente).
Porto de Itaqui: escoamento do minério de Carajás e todo sistema de transporte para escoamento.
 
MOMENTO ATUAL
 
A região Nordeste vêm tendo nos últimos anos, expressivas modificações em sua estrutura econômica, que, no entanto, não alteram substancialmente o calamitoso quadro social.
No campo industrial vem ocorrendo um processo de industrialização, ligado a descentralização do Sudeste, sendo, portanto, uma industrialização dependente, ligada em grande parte a concessão de incentivos fiscais. A maior parte dessas indústrias é de utilização intensiva de mão-de-obra, como calçados e vestuários, interessadas nos reduzidíssimos salários locais. A menor distância em relação a alguns mercados de exportação é outro atrativo local. Apesar disso se mantém a indústria açucareira, a do petróleo e petroquímica e muito recentemente a área de automóveis na Bahia.
Cabe lembrar que o Ceará e a Bahia têm apresentado elevados índices de crescimento industrial.
As alterações ocorrem também no meio rural, apesar da manutenção do amplo domínio latifundiário no Sertão e Zona da Mata, além da expansão, com pecuária no Agreste.
No Sertão Nordestino, projetos de irrigação viabilizaram o avanço de uma moderna agricultura fruticultora para exportação, na área em torno de Petrolina em Pernambuco, beneficiada pela grande insolação, pela já citada mão-de-obra barata, além da existência de solos com alta fertilidade mineral.
No oeste da Bahia e no sul do Maranhão, o avanço da fronteira agrícola ocorre sobretudo com a soja, mas também, com arroz e milho. No caso específico do Maranhão, o desenvolvimento é facilitado pelas excelentes condições de logística da região para exportação. Desde 1992, quando começou a funcionar o Corredor de Exportação Norte, toda a produção agrícola do sul do Maranhão passou a escoar para o Porto da Madeira, em São Luís, por um longo trecho de estrada de ferro operado pela Companhia Vale do Rio Doce. O cultivo nessa área, realizada por migrantes de origem européia vindos da Região Sul, é realizado em fazendas altamente mecanizadas, com os melhores índices de produtividade agrícola por hectare no Brasil, tem ainda como benefício a menor distância em relação ao mercado europeu.

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