Um dos maiores dilemas dos conservacionistas é saber quais são as áreas mais importantes para preservar a biodiversidade na Terra. Para tentar resolver esse problema o ecólogo inglês Norman Myers criou em 1988 o conceito dos hotspots, que estabeleceu 10 áreas críticas para a preservação em florestas tropicais. Entre essas áreas estão os Andes tropicais, Madagascar e a Mata Atlântica.
Em 1996, o primatólogo norte-americano, Russell Mittermeier, presidente da ONG (organização não governamental) Conservation International, liderou um estudo que aperfeiçoou a teoria inicial de Myers e identificou 17 hotspots. Três anos depois, com a contribuição de mais de 100 pesquisadores, foi ampliado para 25 o número de hotspots. Em fevereiro de 2004 a Conservation International ampliou para 34, as regiões consideradas hotspots.
![]() Imagem cedida pela SOS Mata Atlântica A Mata Atlântica é um dos hotspots ambientais da Terra |
Dois fatores são críticos na escolha de um hotspot: a existência de espécies endêmicas, ou seja, que são restritas a um ecossistema específico e grandes taxas de destruição do habitat. Quando Myers estabeleceu 10 áreas críticas para a conservação, ele não utilizou critérios quantitativos com a relação à definição de um hotspot. Contudo, com o passar dos anos foram introduzidos patamares quantitativos na sua definição, assim hotspot passou a ser considerado uma região com a existência de pelo menos 1500 espécies endêmicas de plantas e com 75% ou mais da sua vegetação destruída. Dessa forma, é tido como toda área prioritária para conservação, isto é, com alta biodiversidade e com alto grau de ameaça. Com isso o conceito de hotspot concentra-se em ecossistemas fragmentados e devastados, como é o caso da Mata Atlântica que hoje possui apenas entre 7% a 8% da sua extensão original, e estes estão distribuídos, na sua maior parte, em fragmentos de diferentes tamanhos.
A fragmentação do habitat, que assola praticamente todos os biomas, é um processo pelo qual o tipo de habitat é parcialmente removido e subdividido. Os processos de fragmentação e perda de habitat ocorrem, de forma geral, simultaneamente.
Para escolha desses pontos críticos levou-se em consideração que a biodiversidade não está igualmente distribuída ao redor do planeta. Para se ter uma idéia, somando a área de todos os hotspots são apenas 2,3% da superfície terrestre, e nessas áreas se concentram em torno 50% das plantas e 42% dos vertebrados conhecidos.
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