segunda-feira, 31 de março de 2014

Crise do Petróleo

A Guerra de 1967, a OPAEP e o Acidente do Oleoduto de Tapline em 1970

Em maio de 1967, Síria, Jordânia e Egito lideraram uma invasão a Israel, para tirar o Estado judaico do mapa. Explodia uma guerra que duraria apenas seis dias, mas que deixaria conseqüências históricas definitivas. Israel infligiria aos árabes a mais humilhante derrota de todos os tempos. Na Guerra dos Seis Dias, os israelenses tomariam aos egípcios a península do Sinai e a Faixa de Gaza; aos sírios as colinas de Golã; e, aos jordanianos, a Cisjordânia e Jerusalém. A derrota mostrou a fragilidade dos exércitos dos países árabes ante ao exército israelense.
Além da derrota, o mundo árabe ressentiu-se do apoio explícito do mundo ocidental a Israel, excepcionalmente o apoio dos Estados Unidos. Em novembro, a Organização das Nações Unidas (ONU), aprovou a Resolução nº 242, condenando a invasão dos israelenses aos territórios árabes, pedindo a retirada imediata da zona de ocupação, além de conclamar uma solução justa para a questão dos refugiados palestinos. Apesar da resolução da ONU, não foi aplicado esforço algum para que ela fosse cumprida.
No rebote da Guerra dos Seis Dias surgiu mais uma organização para defender os interesses dos produtores de petróleo, a Organização dos Países Árabes Exportadores de Petróleo (OPAEP). A organização foi fundada em 9 de janeiro de 1968, por um documento assinado entre países árabes, em Beirute, no Líbano. O acordo foi assinado pela Arábia Saudita, Líbia e Kuwait. Juntar-se-iam aos três países fundadores a Argélia, o Bahrein, os Emirados Árabes Unidos e o Qatar, em 1970; a Síria e o Iraque, em 1972; o Egito, em 1973; e, a Tunísia, em 1982, que deixaria a organização em 1986. A OPAEP só admite países árabes como membros.
A 3 de maio de 1970, um pequeno acidente na Síria, que geraria a ruptura de um oleoduto, iniciaria a primeira retaliação dos árabes às grandes companhias petrolíferas, era o começo da grande crise petrolífera que culminaria em 1973.
Até 1970, dez anos passados da fundação da OPEP, os resultados obtidos pelos países exportadores de petróleo foram restritos a um pequeno aumento de impostos pagos pelas companhias estrangeiras, que continuavam a controlar 80% das exportações de petróleo bruto e 90% da produção do Oriente Médio e da África do Norte. Médio Oriente e África possuíam 60% das reservas mundiais de petróleo, estando vinculados a contratos das grandes companhias, que previam a estas, mediante o pagamento de determinadas quantias, a concessão sem limites da exploração do óleo extraído do subsolo árabe. 97% deste óleo iam para as mãos dasconcessionárias a preços que se mantinham praticamente inalterados desde a Segunda Guerra Mundial.
Naquele maio de 1970, um trator a operar na Síria, próximo ao oleoduto de Tapline (Trans Arabic Pipe Line), filial da Aramco (Arabian American Company), chocou-se contra as instalações por onde passavam, anualmente, 30 milhões de toneladas de petróleo, que vinham da Arábia Saudita com destino ao porto libanês de Sidon. O acidente parecia ser fácil de ser resolvido pelos diretores da Texaco, Standard Oil of Califórnia, Esso e Mobil Oil (as “quatro irmãs” sócias da Aramco), bastaria um pedido de autorização para entrar no território sírio e reparar o oleoduto, um procedimento rotineiro nos campos petrolíferos. Inesperadamente, a autorização foi negada pelo governo sírio, que manteve o veto ao acesso a seu território por nove meses. O transtorno atingiu à Europa Ocidental, que se viu subtraída de 60 mil barris de petróleo por dia, gerando grandes prejuízos econômicos.

sábado, 29 de março de 2014

Mahabharata

Mahabharata, o Grande Épico do Hinduísmo

Traduzido como “A Grande História dos Bharatas”, é um dos grandes épicos da literatura religiosa universal, o maior da civilização indiana, sendo ainda, considerado o maior poema de todos os tempos, com cerca duzentos mil versos. Segundo a tradição, originalmente bharatas queria dizer em sânscrito, “saqueadores”, termo que teria dado nome às tribos arianas que teriam ocupado a península da Índia por volta de 1700 a.C. Esta suposta invasão não é consenso para os historiadores atuais.
Acredita-se que a sua tradição oral seja bem mais antiga, e, que a maioria dos versos do livro foram compilados no século IV a.C., mas foi no século II d.C. que ganhou a sua estrutura definitiva. O Mahabharata, assim como outras escrituras sagradas do hinduísmo, como os Vedas e os Puranas, tem a sua coletânea creditada ao mítico sábio Vyasa.
O épico narra a guerra entre as famílias Karauvas e Pandavas, que apesar de laços próximos de parentesco, enfrentavam-se pela posse de um reino no norte da Índia. É o confronto final desta guerra, a Batalha de Kurukshetra, ocorrida na cidade deste nome, que dá origem ao Bhagavad Gita, o livro mais influente do hinduísmo. Parte essencial do Mahabharata, o Bhagavad Gita (Canção do Divino Mestre ou Canção do Senhor), narra as indagações de Arjuna, nos momentos que antecedem a uma batalha na Índia antiga. Arjuna, um príncipe que tem a consciência abalada por combater amigos e familiares, hesita em continuar a luta, dialogando com o deus Krishna o sentido da vida. O deus convence-o de que aquela guerra faz parte do destino do seu povo e não pode ser evitada. A narrativa centra-se na ética do guerreiro, que impelido pelo destino, trava uma sangrenta batalha final, que após 18 dias de conflito, deixa apenas cinco sobreviventes para perpetuar a dinastia dos Pandava.
Escrito em sânscrito, o Bhagavad Gita, traz como essência a alma como o verdadeiro eu, não o corpo físico. Incita o ascetismo, à devoção e à busca humana como caminho da evolução do indivíduo. É neste livro que aparece a teoria do Karma, fundamental para a compreensão do hinduísmo, e o grande diferencial das religiões politeístas para as monoteístas. O Bhagavad Gita teria sido escrito no século III a.C. Os hindus acreditam que a leitura dos seus versos é capaz de aniquilar todos os pecados e impurezas.

sexta-feira, 28 de março de 2014

TORÁ

Torá, a Escrita Sagrada do Judaísmo

Torá, que em hebraico significa “Lei”, é um conjunto de cinco livros escritos originalmente em rolos, trazendo os preceitos principais da legislação mosaica. Segundo a tradição histórica, o texto de inspiração divina, foi transmitido diretamente por Deus a Moisés. Cada livro é denominado pela primeira palavra do texto em hebraico: BerechitChemolVayiqráBammidbar e Elleh hadevarim. Na tradução grega das escrituras hebraicas, os livros passaram a ser chamados deGênesisÊxodoLevíticoNúmeros e Deuteronômio, respectivamente, de forma que sintetizasse o assunto dominante. Esta denominação passou para a versão latina, sendo assim chamados na Bíblia cristã, constituindo o Pentateuco do Antigo Testamento.
Os livros sagrados do judaísmo estão divididos em três partes: a Lei (Torá), os Profetas (Nebiím) e os Escritos (Ketubim). Juntando as iniciais destas três designações, forma-se o conjunto chamado em hebraico, de Tanak.
A Torá, responde aos questionamentos fundamentais da existência humana e das religiões, como a criação do mundo, a origem da morte. É o livro das promessas de Deus, do código da aliança entre Deus e Israel. Traz a história da origem do povo judeu, desde a criação do mundo, ao exílio e escravidão no Egito, o êxodo através do deserto, e a revelação das palavras divinas a Moisés, no Monte Sinai. Os cinco livros que compõem a Torá têm a sua origem e redação atribuída a Moisés, apesar de ser contestada. Há teorias que admitem que a sua composição foi feita oralmente e por escritos anteriores a Moisés, assim como adições posteriores a ele. Mas, tradicionalmente, Moisés é o autor e o legislador da Torá.
A partir deste livro sagrado, nasceu a religião monoteísta do mundo ocidental, dando origem ao judaísmo, cristianismo e islamismo. Os comentários e preceitos que envolvem a mística divina da Torá foram compilados em um conjunto de textos do judaísmo, o Talmude, um legislador e intérprete dos problemas judeus no seu dia a dia, harmonizando com a essência da Lei.

quinta-feira, 27 de março de 2014

Criação da OPEP

A Criação da OPEP

Quando descoberto no início do século XX, o petróleo passou a ser a fonte de energia mais utilizada pelas nações industrializadas. A sua produção estava restrita a poucos lugares do planeta, sendo o Oriente Médio, o principal produtor. Dominando pelos europeus, os países produtores não tinham direito algum sobre as suas riquezas naturais. Mesmo quando alcançaram a independência política, caíram no domínio absoluto das grandes companhias petrolíferas. Muitas vezes, menos de 10% do petróleo comercializado ficava no país produtor.
Somente a partir do fim da Segunda Guerra Mundial é que os países produtores de petróleo vão tomar consciência da exploração a que se submetiam, e da necessidade de reter a riqueza que se esvaía, beneficiando apenas as grandes companhias. Iniciou-se uma luta progressiva dos produtores petrolíferos, com poucos avanços durante décadas.
Um fato marcante aconteceu em 1959, quando se reuniu na cidade do Cairo, no Egito, o Primeiro Congresso Árabe do Petróleo, contando com a participação da Venezuela. Durante o congresso, deliberou-se que os países produtores tivessem uma maior integração na indústria petrolífera e, que se criasse companhias nacionais que operariam ao lado das sociedades privadas. Naquele ano as grandes companhias impuseram uma redução de 18% sobre os preços de referência do petróleo do Oriente Médio.
Sete grandes companhias, chamadas de “Sete Irmãs”, controlavam a produção do petróleo no mundo, sendo elas cinco americanas, a Standard Oil of New Jersey (conhecida pelo mundo como Esso e Exxon nos EUA), a Standard Oil of California (hoje parte da Chevron), a Gulf Oil (também parte da Chevron), a Mobil Oil e a Texaco; uma britânica, a British Petroleum; e, uma anglo-holandesa, a Royal Dutch-Shell. Em agosto de 1960, a Esso tomou a iniciativa de impor uma outra redução de 18% sobre os preços do petróleo, fazendo com que o preço do barril chegasse a um patamar inferior ao ano de 1953.
Como reação à baixa no valor do barril do petróleo, os países produtores responderam com energia ao cartel dos consórcios internacionais, conclamando uma reunião em Bagdá, no Iraque, em 14 de setembro de 1960, da qual participaram representantes da Arábia Saudita, Iraque, Irã, Kuwait e Venezuela. Na reunião foi assinado o “Convênio de Bagdá”, documento que criou a Organização dos Países Produtores de Petróleo (OPEP). A organização definiu como objetivo principal do seu estatuto, a coordenação e unificação das políticas petroleiras dos países membros, determinando melhores meios de salvaguardarem seus interesses ante as companhias petrolíferas. Além dos cinco países fundadores, outros se juntaram a OPEP, constituindo 12 membros na época da crise, em 1973: Irã, Iraque, Arábia Saudita, Kuwait, Venezuela, Líbia, Argélia, Indonésia, Emirados Árabes, Nigéria, Qatar e Equador. Atualmente, 13 países são membros da OPEP, sendo Angola o décimo terceiro membro, que entrou para a organização em 2007. O Gabão fez parte da OPEP de 1975 a 1994, sendo um ex-membro. O Equador, que se tornou membro em 1973, deixou a organização em 1992, voltando a fazer parte dela em 2007. A participação da Indonésia está em processo de revisão, pois já não é considerado pela OPEP um país exportador de petróleo líquido.
Com a formação da OPEP, uma nova página seria escrita na história do petróleo. Sua ascensão eliminaria futuramente, as tramas do monopólio das Sete Irmãs no mercado de energia. Também transformaria o petróleo em arma de negociação entre as nações, interferindo e influenciando em vários conflitos mundiais surgidos no Oriente Médio ao longo das décadas. Mas as vitórias econômicas da OPEP só viriam a partir de 1970. Até lá, nacionalizações do petróleo e pressões econômicas sobre o mundo definiram a consolidação da OPEP como organização de peso.

quarta-feira, 26 de março de 2014

ABRAÃO e o JUDAÍSMO

Os Filhos de Abraão

Conta a história que Abraão, nômade nascido em Ur, na Mesopotâmia, por ordem de Deus, migrou para o território habitado pelos cananeus, entre o rio Jordão e o Mediterrâneo 1800 anos antes de Cristo. Sua esposa Sara não lhe podendo gerar um filho, convenceu-o a se deitar com a escrava Hagar, que lhe gerou Ismael. Mas Deus concebeu a Sara o dom da maternidade já na velhice, e ela gerou Isaac aos noventa anos. Com o nascimento do filho, Sara convence Abraão a mandar Hagar e Ismael embora, assegurando assim, a herança de Isaac. Assim é feito, expulsos por Abraão, Hagar e o filho seguem para o deserto de Bersabéia. Deus guia os passos da escrava até a Arábia e promete-lhe que o seu filho seria pai de uma grande nação. De Ismael surgiria a linhagem do profeta Maomé, fundador do islamismo seiscentos anos depois do nascimento de Cristo.
Da linhagem de Isaac surgem os gêmeos Esaú e Jacó. Através de um ardil, Jacó compra a primogenitura ao irmão Esaú, tem a bênção de Isaac e torna-se Israel, pai de doze filhos, que dariam origem às 12 tribos dos israelitas e ao povo hebreu. A saga do povo judeu através dos séculos é voltada para as promessas de um povo eleito por Deus e separados dos outros povos, para que não se contaminem com falsas adorações e falsos deuses. O Deus de Israel é Único e não admite idolatria. Promete a Abraão uma descendência próspera e com ele faz a aliança, selada pela circuncisão dos seus varões, diferenciando-os das outras nações.
O pacto é renovado através de Moisés e da conquista da terra prometida e da criação de uma série de leis que o hebreu deve cumprir para que se mantenha puro e continue com o privilégio de ser o povo escolhido de Deus. Mas o povo israelita muitas vezes fugiu ao cumprimento das leis mosaicas. A cada traição às leis são castigados e entregues a diversos povos que os dominam através dos séculos. O pacto é renovado na casa do rei Davi, da sua linhagem cumprir-se-ia a profecia messiânica do rei dos reis, que surgiria e elevaria o povo de Israel diante dos seus opressores. Povo eleito de Deus, através do messias alcançariam a paz e a felicidade prometidas , e através deles se estenderia para toda a humanidade.

ALCORÃO

Alcorão, o Livro Sagrado do Islamismo

O Alcorão, que quer dizer recitação ou leitura, do árabequr’ãn,teria sido composto a partir das revelações de Deus a Maomé, mediadas pelo arcanjo Gabriel. Abraçado pelo anjo, Maomé recitou uma primeira vez, continuando a fazê-lo por 23 anos, a cada vez que lhe falava o anjo. As palavras divinas recitadas por Maomé (Muhammad ibn Abdallah), foram reunidas versículo por versículo no livro sagrado do Alcorão.
O livro é composto por 114 capítulos (ou textos), designados de suras, que traz textos longos, seguidos de capítulos mais breves, ordenados por temas, não por uma narrativa cronológica como na Bíblia.
Todo muçulmano deve conhecer profundamente o Alcorão, em árabe, língua original do profeta Maomé e dos ensinamentos por ele proferidos. Apenas em árabe é que se reconhece o livro sagrado como Alcorão, sendo as suas traduções chamadas de “significado do Alcorão”. As palavras ganham musicalidade em árabe, tendo um estilo belíssimo entre a prosa e a poesia, sendo consideradas sagradas todas as palavras que nele se encontram.
No Alcorão, Deus é único e onipotente. Seu sentido monoteísta foi herdado do judaísmo, sendo Ismael, filho de Abraão e da escrava Agar, o pai de todos os árabes. O anjo que ditou as palavras a Maomé foi Gabriel, o mesmo que avisara Maria da sua gravidez. O livro admite que Abraão, Moisés e Jesus são profetas que tiveram inspiração divina. Assim, o islamismo, o judaísmo e o cristianismo, fazem parte das religiões monoteístas do grupo abraâmico.
Apesar das controversas históricas atuais, geradas principalmente, pelos conflitos entre árabes e judeus, onde muitos tentam atribuir a violência ao livro sagrado, o Alcorão traz como mensagens principais: a justiça, a generosidade, a bondade e igualdade entre os homens, sem lhes distinguir por raça, cor e condição social, sendo composto por preceitos universais, iguais para qualquer homem.
Além do livro sagrado do Alcorão, Maomé, ao morrer em 632, deixou seu exemplo de vida para ser seguido. Esta tradição é chamada em árabe de suna, sendo composta pelos atos e dizeres de Maomé, chamados de hadiths (ditos e feitos).

terça-feira, 25 de março de 2014

YESHUA BEN YOSSEF, O JUDEU





Todos os anos, quando da aproximação do dia 25 de dezembro, data que se comemora o nascimento de Cristo, há sempre uma pausa para reflexões de vida, atitudes e até mesmo uma análise dos dogmas. Mais de dois milênios depois do seu nascimento, Yeshua Ben Yossef (Jesus filho de José, em aramaico) ainda é uma das personagens mais enigmáticas da história. A começar pela própria data do seu nascimento, desconhecida dos registros históricos, a comemoração no dia 25 de dezembro foi herdada das festas pagãs da Roma antiga, conhecidas como saturnais, que ocorriam entre 17 e 24 de dezembro.

No decorrer de mais de vinte séculos, Jesus Cristo despertou paixões, controvérsias, ódios e polêmicas. No século XX a sua própria existência foi contestada, uma vez que só tínhamos registros históricos da sua vida além dos evangelhos, nas Antiguidades Judaicas e uma versão de História da Guerra dos Judeus, do historiador judeu Josefo, quase contemporâneo seu. Deixando a corrente cética sobre a sua existência, surge a pergunta, quem foi este judeu que mudou a história da humanidade e que, em seu nome, foram travadas as mais terríveis guerras, os mais calorosos discursos de fé?
Para entendermos o cristianismo e os seus dogmas, é preciso jamais esquecer as suas origens, ou a etnia a qual Jesus pertencia.

segunda-feira, 24 de março de 2014

A BÍBLIA

A Bíblia, o Grande Livro do Cristianismo

Bíblia, do grego byblos, significa “livro”, designado de “Livro por excelência”, tido como sagrado, quer pelos judeus, quer pelos cristãos.
A Bíblia reconhecida pelos judeus é dividida, como foi dito acima, em três partes (Torá – a Lei, Nebiím – os Profetas e, Ketubim – os Escritos), chamadas de Tanak.
A Bíblia cristã é formada pelo Antigo Testamento, ou seja, os escritos judaicos (Tanak), anteriores a Cristo; e pelo Novo Testamento, que traz os escritos sagrados a partir de Jesus Cristo. Os judeus não reconhecem Jesus Cristo como o profeta messiânico, portanto recusam o Novo Testamento.
Dentro dos livros do Antigo Testamento, sete não são aceitos pelos judeus, pelos cristãos evangélicos e ortodoxos russos: TobiasJuditeSabedoria, 1 Macabeus,2 MacabeusEclesiástico e Baruc; sendo todos eles reconhecidos pela igreja católica e pela igreja ortodoxa. Estes livros são chamados de apócrifos, ou seja, não-inspirados por Deus, com um sentido apenas histórico.
Também a classificação judaica dos livros do Tanak diverge da classificação da Bíblia cristã. Depois do Pentateuco (os cinco livros atribuídos a Moisés), os judeus classificam seis livros chamados de Profetas Anteriores (Josué, Juízes1 Samuel2 Samuel1 Reis2 Reis), seguindo-se-lhes os Profetas Posteriores (IsaíasJeremiasEzequiel e os doze profetas menores). Os Escritos trazem, nesta ordem, os Salmos, os ProvérbiosCântico dos CânticosRute,LamentaçõesEclesiastesEsterDaniel, EsdrasNeemias1 Crônicas e 2 Crônicas.
O Novo Testamento traz os livros evangélicos (Mateus, Marcos, Lucas e João), que contam a vida de Cristo, sua pregação, parábolas, ensinamentos, sua morte e a sua ressurreição; além de livros doutrinais e epístolas, que dão continuação à palavra de Cristo após a sua morte, formando um conjunto de preceitos essenciais para a base do cristianismo, nascido da velha profecia messiânica judaica, tendo como Cristo o cumpridor desta profecia. O Novo Testamento encerra-se com a visão apocalíptica do apóstolo João, e das revelações feitas a partir deste livro. Esta parte da Bíblia surgiu na segunda metade do século I, dando origem aos alicerces cristãos e ao rompimento com o judaísmo. 
Grande parte do Antigo Testamento foi escrito em hebraico, com exceção de alguns trechos dos livros de Daniel eEster, redigidos em aramaico. Na época que Cristo viveu, o aramaico havia suplantado o hebraico (confinado à liturgia) como língua falada na Palestina. Jesus ensinou em aramaico, mas a língua desapareceu diante da disseminação das línguas grega e latina. Os livros do Novo Testamento, com exceção do deMateus, escrito em aramaico, foram todos redigidos em grego.
Os livros da Bíblia teriam sido escritos em 1300 anos, abrangendo um período de mais de 2000 anos de duração, sendo que mais de 3300 anos decorreram até os tempos atuais.
A Bíblia prega no seu todo, um Deus único e universal, tendo como mensagem fundamental os princípios do homem atrelados à Lei, aos ensinamentos, aos códigos morais, que traduzem da fraternidade, humildade, simplicidade e felicidade, nas promessas de uma ressurreição dos mortos e da vida eterna, perdidas pela desobediência de Adão, redimidas na promessa messiânica. Dentro desta obra monumental da literatura universal, encontramos vários gêneros literários: histórico, poético, épico, jurídico, sapiencial e de teor sagrado.

Crise do Petróleo



Descoberto no início do século XX, o petróleo passou a ser o principal fornecedor de energia, gerando um progresso acelerado aos países que se industrializaram e formaram grandes potências econômicas.
Se o petróleo era o elemento principal da economia das grandes potências, originando progresso e riqueza, o mesmo não acontecia aos países que produziam o precioso ouro negro. O Oriente Médio tornou-se desde o fim da Primeira Guerra Mundial, o principal produtor de petróleo do mundo, o que levou à cobiça dos europeus, que dominaram a região por décadas, colonizando e explorando as suas riquezas. Aos poucos, os países do Oriente Médio foram adquirindo a sua independência política, mas sem ter o controle da sua principal riqueza, que até 1970, tinha mais de 90% da sua produção petrolífera controlada por sete companhias, as chamadas “Sete Irmãs”.

Nas décadas de 1960 e 1970, a economia mundial estava totalmente dependente do petróleo, sem ele não havia progresso. Cientes desta dependência, os países produtores decidiram unir suas forças, rompendo com o cartel das “Sete Irmãs”. Surgia a Organização dos Países Exportadores de Petróleo, a OPEP (OPEC, em inglês), e a luta contra as grandes companhias petrolíferas começou a ser travada, com vitórias lentas, mas definitivas, para os países produtores do óleo negro.
Não só interesses econômicos moveram esta luta, mas principalmente, políticos. O conflito entre árabes e israelenses, marcados pela Guerra dos Seis Dias, em 1967, e pela Guerra do Yom Kippur, em 1973, em que os árabes sofreram derrotas e humilhações indeléveis, foi o principal fator que fez do petróleo uma arma econômica. Para pressionar os Estados Unidos e a Europa, que apoiaram Israel nos conflitos, os árabes uniram-se, reduzindo a produção do petróleo, forçando o aumento drástico no preço do barril, originando a maior crise do petróleo, que afetou toda a economia mundial. A Europa e o Japão foram os que mais sofreram, sendo obrigados a racionar energia. Os Estados Unidos travaram o consumo e investiu nas suas reservas. Os países em desenvolvimento como o Brasil, foram os mais afetados, pois o encarecimento desta fonte de energia gerou um desequilíbrio nas suas frágeis economias. Com a crise petrolífera de 1973, encerrava-se o chamado “Milagre Econômico Brasileiro”, e o país entraria em colapso econômico, crise que se veio a agravar, só encerrando depois do fim da ditadura militar.
A crise do petróleo de 1973 não seria a única, mais duas viriam, uma em 1979, com a queda do Xá Reza Pahlavi e a Revolução Islâmica Iraniana, outra em 1990, que deflagrou a Guerra do Golfo; mas seria a pior delas, pois só então o mundo apercebeu-se da dependência que tinha em relação ao petróleo e, de quem eram os verdadeiros donos do petróleo, ou seja, os países que o produziam e o exportavam. Desde então, os países buscaram alternativas ao petróleo, investindo em outras fontes de energia. E o mundo árabe passou a ter voz no cenário político internacional. A crise de 1973 pôs fim à fartura do petróleo, iniciando à consciência de que o ouro negro era finito, e que o a sua extinção é uma questão de tempo.

sexta-feira, 14 de março de 2014

Industrialização Tardia

Industrialização tardia – foi a que ocorreu no Brasil, como o nome sugere, foi historicamente atrasada em relação à original – ela foi mais comum no século XX, e ocorreu em muitos países do Sul. Ela difere dos outros dois tipos por vários fatores:



• É feita em grande parte com capitais estrangeiros, enquanto nas outras predominam os capitais nacionais;
• Tem por base maior desenvolvimento das indústrias de bens de consumo, ao contrário da industrialização planificada, em que predominam as indústrias de base e, da industrialização clássica, caracterizada por um desenvolvimento equilibrado entre esses dois tipos, que criam sua própria tecnologia.
Este último fator é particularmente grave porque a tecnologia que os países do Sul adquirem dos países desenvolvidos – feita por eles e adequada a sua realidade – provoca fortes distorções na economia ao ser utilizada sem as adaptações necessárias. Por exemplo: os países subdesenvolvidos, de crescimento demográfico normalmente maior que os dos desenvolvidos, costumam importar tecnologia poupadora de mão-de-obra. Como resultado, sua população cresce a um ritmo maior que a da oferta de novos empregos, aumentando o desemprego e o subemprego.
Além disso, essa tecnologia importada é destinada à produção de artigos que custarão muito mais para a maioria da população do Sul, por causa da distribuição muito desigual da renda. No final, apenas uma minoria privilegiada acaba usufruindo esses bens “modernos”, que serão produzidos pelas indústrias mais avançadas.
Assim, esse tipo de progresso industrial dos países subdesenvolvidos baseada em capitais e tecnologia estrangeira, acaba por agravar as desigualdades sociais, pois aumenta o exército de reserva de trabalhadores desses países e facilita à empresas pagarem baixo salário, pois aumenta a concorrência entre as pessoas por qualquer emprego.

http://pt.slideshare.net/BoscOliveira/industrializao-32067565

quinta-feira, 13 de março de 2014

Revoluções Industriais



Logo após a Segunda Grande Guerra, a economia internacional começou a passar por profundas transformações. Elas caracterizam a Terceira Revolução Industrial, diferenciando-a das duas anteriores, uma vez que engloba mudanças que vão muito além das transformações industriais.
Essa nova fase apresenta processos tecnológicos decorrentes de uma integração física entre ciência e produção, também chamada de revolução tecnocientífica.
Os avanços da robótica e da engenharia genética são incorporados ao processo produtivo, que depende cada vez menos da mão-de-obra e cada vez mais de alta tecnologia, pautada por um princípio básico: a produção deve combinar novas técnicas com máquinas cada vez mais sofisticadas, a fim de produzir mais com menos recursos e menos mão-de-obra.

Revoluções do passado

Revolução Industrial foi o processo caracterizado pela mudança de uma economia agrária, baseada no trabalho manual, para uma economia dominada pela indústria mecanizada. Teve início na Inglaterra, país que, por volta de 1760, adiantou sua industrialização em 50 anos, em relação ao continente europeu, e assumiu uma posição de vanguarda na expansão colonial.
Essa Revolução caracteriza-se pelo uso de novas fontes de energia, pela invenção de máquinas que aumentam a produção, pela divisão e especialização do trabalho, pelo desenvolvimento do transporte e da comunicação e pela aplicação da ciência na indústria.
Em pouco tempo, os novos modos de produção, marcados pela passagem da manufatura à indústria mecânica, se espalharam pelo mundo. Recordando a história desses novos meios de produção, podemos dividir a Revolução Industrial em três períodos:
  • Primeira Revolução Industrial (1760-1860) - A energia movida a vapor foi usada na extração de minério, na indústria têxtil e na fabricação de uma grande variedade de bens que, antes, eram feitos à mão. O navio a vapor substituiu a escuna e a locomotiva a vapor substituiu os vagões puxados a cavalo. O trabalho físico começou a ser transformado em força mecânica. Teve início o funcionamento do primeiro instrumento universal de comunicação quase instantânea, o telégrafo.
  • Segunda Revolução Industrial (1860-1900) - É caracterizada pela difusão dos princípios de industrialização em diversos países: FrançaAlemanhaItáliaBélgica,Estados Unidos Japão. O destaque ficou com a eletricidade e a química, resultando em novos tipos de motores (elétricos e à explosão), no aparecimento de novos produtos químicos e na substituição do ferro pelo aço. Houve o surgimento das grandes empresas - que, por vezes, se organizavam em cartéis (grupos de empresas que, mediante acordo, buscam determinar os preços e limitar a concorrência) -, do telégrafo sem fio e do rádio.
As duas primeiras revoluções industriais tinham por objetivo usar a tecnologia para produzir produtos baratos e em grandes quantidades. A substituição do trabalho braçal, na primeira, e o desenvolvimento de sofisticadas estratégias gerenciais, na segunda, não visavam substituir trabalhadores por máquinas, uma vez que os trabalhadores desempenhavam papel central e indispensável no processo produtivo.

Novas tecnologias

O impacto das novas tecnologias da Terceira Revolução Industrial não se restringe apenas às indústrias, mas afeta as empresas comerciais, as prestadoras de serviços e, até mesmo, o cotidiano das pessoas comuns. Ou seja, trata-se de uma revolução muito mais abrangente. Em termos de magnitude e abrangência, a Terceira Revolução Industrial não se restringe a alguns países europeus, aos EUA e ao Japão, mas se espalha pelo mundo todo. É causa e, ao mesmo tempo, consequência daglobalização.
Na atual fase da revolução, o modo de produção difere tanto da produção artesanal - em que os trabalhadores, com o uso de ferramentas manuais, fabricam cada produto, um de cada vez, de acordo com as especificações do comprador - quanto da produção industrial ou em massa - na qual os trabalhadores operam equipamentos que produzem produtos padronizados e em grandes quantidades.
Na fase contemporânea da Revolução Industrial, busca-se combinar as vantagens das produções artesanal e industrial, evitando o alto custo da primeira e a inflexibilidade da última. A produção usa metade do esforço humano na fábrica, metade do espaço físico e há investimentos maciços em equipamentos.
Com a aplicação das novas descobertas científicas no processo produtivo, ocorre a ascensão de atividades que empregam alta tecnologia. Como exemplos, temos a informática, que produz computadores e softwares; a microeletrônica, que fabrica chips, transistores e produtos eletrônicos; a robótica, que cria robôs para uso industrial; as telecomunicações, que viabilizam as transmissões de rádio e televisão, a telefonia fixa e móvel e a Internet; a indústria aeroespacial, que fabrica satélites artificiais e aviões; e a biotecnologia, que produz medicamentos, plantas e animais manipulados geneticamente

quarta-feira, 12 de março de 2014

Questões Desafio

1. Cite três ramos industriais da chamada “nova” revolução tecnológica.
2.Cite um impacto ambiental provocado pela derrubada da mata amazônica para a ocupação de
atividades econômicas
3. O que são domínios morfoclimáticos?
4. O que é uma faixa de transição morfoclimática?

terça-feira, 11 de março de 2014

Exercícios

01. Xeromorfismo é a aparente adaptação das plantas às condições de falta de água, mas pode também ser devida à falta de nutrientes no solo. Assim pode-se encontrar xeromorfismo aparente:
a) nos campos limpos, no cerrado e na vegetação de brejo.
b) nos desertos, nas epífitas das matas e na vegetação de restinga.
c) na mata amazônica, na mata atlântica, e no cerrado.
d) na vegetação halófita, nos manguezais e nos campos limpos.
e) nos campos limpos, nos cocais e no cerrado.

02. São mamíferos típicos da fauna dos cerrados do Brasil:
a) ema, lobo-guará, onça-pintada.
b) tamanduá-bandeira, lobo-guará, tatu-canastra.
c) veado-campeiro, zebra, tamanduá-bandeira.
d) onça-pintada, ema, tamanduá-bandeira.
e) veado-campeiro, avestruz, tatu-canastra.

03. Observe o mapa a seguir onde estão representadas paisagens brasileiras. Plantas com as partes aéreas adaptadas para diminuir a perda d'água e árvores de pequeno porte com raízes muito profundas são elementos característicos da vegetação, nas regiões:

a) 4 e 7
b) 6 e 2
c) 3 e 6
d) 2 e 7
e) 4 e 2

04. As queimadas vêm destruindo grande parte de nossas formações vegetais que ainda constituem redutos da vegetação primária no país. No entanto, um tipo de vegetação apresenta alguns mecanismos de adaptação que possibilitam a sua sobrevivência após o fogo. Essa formação vegetal é conhecida como:
a) mangue
b) Mata Atlântica
c) mata ciliar
d) cerrado
e) restinga


05. Região brasileira de campos alagados que se estende ao Paraguai e à Bolívia; quando as cheias terminam apresentam campos férteis. A região descrita é:
a) mata atlântica
b) hiléia amazônica
c) campos de cerrado
d) mata de araucária
e) pantanal

06. A qual das regiões fitogeográficas brasileiras se referem as características a seguir:

- Presença de vegetação exuberante, alta, com grande concentração de plantas epífitas, como orquídeas e bromélias
- Alto índice pluviométrico anual
- Sua área corresponde a 40% do território nacional

a) caatinga
b) hiléia amazônica
c) pantanal
d) cerrado
e) mata atlântica


segunda-feira, 10 de março de 2014

Revolução Tecnológica

A REVOLUÇÃO TECNOLÓGICA NO CONTEXTO DA GLOBALIZAÇÃO


A tecnologia acompanha o homem desde sua criação. A descoberta da roda, do fogo, a utilização de pedaços de pau para a caça, são instrumentos tecnológicos. No decorrer de toda sua existência, o homem vem desenvolvendo aparatos não se dando conta, no entanto, de se tratarem de tecnologia. A Revolução Tecnológica, ocorrida em meados da década de 70 do século passado, seria inevitável. A eletricidade, a eletrônica, a automação, viriam a promover o desenvolvimento da tecnologia da informação que, por sua vez, trataria de tornar o conhecimento globalizado. Como num ciclo vicioso, essa globalização, fruto da revolução tecnológica, necessita da tecnologia para autossustentação. A informação em tempo real se transforma no combustível do capitalismo. Novos modelos de negócios, a virtualização do trabalho, criam novas necessidades de mão de obra especializada. A empresa do século XXI tem o desafio de utilizar todo poderio tecnológico de forma sistêmica e sinergética para se manter num mercado que cada vez mais exige que as empresas sejam dinâmicas, imediatistas, diversificadas.