Antes de mais nada, faz-se importante lembrar que a tendência da indústria em escala mundial é a de fugir das regiões altamente industrializadas (dispersão industrial). Essas regiões apresentam-se saturadas, e os problemas de congestionamentos, poluição, alta carga tributária, elevados preços dos terrenos e mão-de-obra cara são os principais agentes expulsadores. Entre os anos 1907 e 1920, a indústria brasileira começou a se concentrar no Estado de São Paulo, com os capitais da produção de café. Já em 1920, somente esse estado contava com quase um terço (30%) do total de indústrias do País. Entre os motivos para essa altíssima concentração foram: boa disponibilidade de mão-de-obra estrangeira, que poderia suprir bem a carência de mão-de-obra escrava; boa comunicação entre o interior e o movimentado porto de Santos (ferrovias); mercado consumidor dinâmico. Com o crescente enriquecimento do SE, formou-se o eixo São Paulo-Rio de Janeiro-Belo Horizonte. Mas já no fim da década de 1980, já começaram-se a notar evidências de dispersão industrial (coincidente com a perda da supremacia da região SE no tocante à entrada de migrantes brasileiros). O governo, percebendo os sinais de saturação da região, passou a estimular a industrialização em pólos como a Zona Franca de Manaus, o Recôncavo Baiano e o pólo petroquímico de Camaçari, em Salvador. Porém as próprias companhias trataram de buscar áreas virgens, mormente em pequenas cidades. Os próprios municípios facilitam a instalação dessas indústrias em seu território, diminuindo total ou parcialmente os impostos a ser pagos por elas. É a chamada guerra fiscal, travada com vista no desenvolvimento local.
Classificam-se as industrias, segundo o bem produzido, em:
- Indústrias de bens de produção (indústrias de base): São as que transformam matéria-prima bens a ser usados pelas outras indústrias. São exemplo as indústrias petroquímicas, metalúrgicas e siderúrgicas. Caracterizam-se também pela alta quantidade de energia que despendem. Localizam-se geralmente próximas a fornecedores de matéria-prima e dependem de boa rede de transportes.
- Indústrias de bens de capital (indústrias intermediárias): Produzem máquinas e equipamentos a ser usados por outras indústrias, ou pelas pessoas. Exemplo de indústria de bens de capital: fabricação de motores para carros e aviões.
- Indústrias de bens de consumo: Como o nome indica, fazem o produto final, a ser usado pelo consumidor. Seguindo a classificação dos produtos, podem ser duráveis (televisores, geladeiras, sofás, carros etc.) ou não-duráveis (pizzas, cerveja, calças, aspirina etc.).
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