• Chechênia
• A Índia e o Paquistão na disputa pela Caxemira
• Timor Leste
• Angola
• Conflitos na Irlanda entre Católicos e Protestantes
• A questão basca
• A questão russa
• A reunificação das Coréias
• A Guerra no Golfo Pérsico
• A questão balcânica
• Os conflitos na Colômbia
• O movimento zapatista no México
CONFLITOS NO ORIENTE MÉDIO
Após a repressão radical que se seguiu à revolta de Bar-Kokheba (132-135 d.C.)
durante o reinado de Adriano, numerosos judeus foram deportados, e colonos
estrangeiros foram instalados nessa parte da província romana da Síria. Ao
mesmo tempo, os árabes deslocavam-se para a região e se sedentarizavam. Após
sua conversão ao cristianismo, Constantinopla transformou a Palestina em Terra
Santa, que permaneceu como centro de atividade intelectual judaica. A conquista
árabe (634-640) integrou a Palestina ao império muçulmano.
A população da Palestina otomana (1516-1917) era composta por uma maioria de
muçulmanos, uma expressiva minoria de cristãos e um pequeno número de drusos e
de judeus. A imigração judaica começou a adquirir importância a partir de 1880,
sob a influência do sionismo.
Durante a I Guerra Mundial, os britânicos encorajaram a rebelião árabe contra
os otomanos (1916) e ocuparam a Palestina (1917-1918) que fica sob jurisdição
britânica. Durante a II guerra Mundial o movimento sionista, que tinha por
objetivo estabelecer uma comunidade de judeus na Palestina, favoreceu a
imigração clandestina e compra de terras aos judeus. Iniciou-se a lenta colonização
da região por migrantes judeus, vindos de pequenas levas da Europa Oriental,
onde implantaram 1 sistema coletivo de terras agrícolas. A partir deste momento
em diante, os judeus começaram a entrar em quantidades cada vez maiores na
Palestina, o que acabou provocando conflitos entre estes e os árabes da região.
Para protegerem-se os judeus criaram 1 exército clandestino que recorria a
métodos terroristas para expulsar dali os camponeses árabes e, assim,
conquistarem mais terras.
Em 1947, a Inglaterra renunciou ao controle da Palestina e entregou a ONU a
tarefa de resolver os problemas da região. A ONU decidiu uma partilha da
Palestina em um Estado judeu e um Estado árabe. Essa partilha foi aceita pelos
sionistas e rejeitada pelos árabes. Após a proclamação do Estado de Israel, em
14 de maio de 1948, os Estados da Liga Árabe entraram em guerra contra o novo
Estado, ao fim da qual, um 1949, o estado judeu expandiu-se para além dos
limites que o plano de partilha lhe havia designado; o Estado Árabe (Palestina)
ficou diminuído e repartido em dois: a Cisjordânia , que em 1950 foi integrada
ao reino hachemita da Jordânia, e o Território de Gaza, administrado pelo Egito
a partir de 1948.
Agora existiam dois problemas a serem resolvidos: a definição das fronteiras
entre os países envolvidos e o que fazer com quase 1 milhão de árabes expulsos
de sua terra? A maior parte se exilou para os países árabes vizinhos e os
habitantes palestinos que se sujeitaram a jurisdição israelense perderam todos
os seus direitos e chegaram a ser classificados como cidadãos de segunda
categoria
Os acordos de Camp David (1978) e o Tratado de Paz de Washington (1979) entre
Israel e o Egito previam a autonomia administrativa provisória e em seguida a
autodeterminação dos habitantes desses territórios rejeitados pelos árabes. Ao
mesmo tempo a colonização judia cresceu na região.
A resistência palestina se deu através de pequenos grupos guerrilheiros, que
atacavam Israel a partir de bases localizadas nos países vizinhos. Em 1959,
estes pequenos grupos formam o Movimento de Libertação da Palestina, que em
1964 viria a se transformar na OLP. Tinha por objetivo fundar um Estado
palestino e obrigar Israel à devolver as terras ocupadas.
Em setembro de 1993, depois de se reconhecerem mutuamente, Israel e a
Organização para a Libertação da Palestina (OLP) assinaram, em Washington, um
acordo que concedia autonomia gradativa aos palestinos da faixa de Gaza e da
Cisjordânia. Apesar desse acordo, extremistas de ambos os lados, palestinos e
colonos israelenses, tentaram sabotar o processo em curso. Assassinatos e
atentados desencadearam uma repressão militar e policial crescente. Depois de
um novo acordo entre Arafat e Rabin, em maio de 1994, o exército e a
administração israelenses abandonaram a Faixa de Gaza, com exceção das colônias
israelenses já implantadas. Esse tratado permitiu que Arafat instalasse em
julho de 1994, o governo da Autonomia Nacional Palestina, que passou a
presidir, estendido depois para a cidade de Jericó, na Cisjordânia. Desde
então, o movimento nacional palestino, dominado pela OLP, entrou em uma nova
fase histórica, expondo-se a novas divisões entre os que apostavam na paz e os
mais radicais, que, juntamente com o Hamas, declararam-se partidários de uma
resistência armada à presença dos judeus na região.
Com a alternância dos partidos no poder de Israel, o que estava a favor dos
acordos de paz e o que era contra, as negociações estagnaram e se complicaram
por causa das divergências entre os interesses de ambos no que diz respeito à
demarcação das fronteiras do Estado palestino, o que fazer com as colônias de
judeus em território palestino e a respeito da criação na cidade de Jerusalém,
considerada sagrada pelos 2 povos, da capital do Estado palestino.
Por outro lado, Israel também não se conformou com os tratados. As provas do
inconformismo foram as investidas que Israel fez sobre os territórios
delimitados nos acordos: da Faixa de Gaza, da Cisjordânia, da parte oriental de
Jerusalém, das colinas de Golan, do Mediterrâneo ao vale do rio Jordão e ao Mar
Morto, sucedendo, assim, uma estreita planície costeira e uma vasta região das
Colinas (Montes da Galiléia e da Judéia).
Para tais conquistas Israel sempre recebeu apoio internacional (armas e
tecnologias), principalmente dos EUA, país que abriga mais de 40% da população
mundial de judeus (cerca de 5 milhões). Tudo para lutar contra os palestinos
comuns. Exatamente como os palestinos que a mais de 50 anos estão sendo expropriados
de suas terras, humilhados e mais uma vez devastados.
Eles esquecem que em 29 de novembro de 1947, que na Resolução 181 da Assembléia
Geral das Nações Unidas, decidiram pela divisão do território em um Estado
árabe e outro judeu. É bom deixar claro que o Estado judeu foi criado já em
1948, mas o árabe jamais o foi, sempre sustado pela ação comum de Israel e
Estados Unidos.
Condições degradantes estão sendo impostas a 3 (três) milhões de pessoas, pelo
plano da direita militar israelense, simplesmente para a construção do Grande
Estado de Israel. É dessa pressão que sai o terrorista palestino, e não do
fanatismo apregoado pela mídia.
Para acabar com os terroristas palestinos basta que os governantes dos países
da ONU tenham a mínima dignidade de ameaçar o corte total de relações com
Israel, até que seu governo cumpra a desocupação dos territórios alheios, e
efetivar a criação do Estado Palestino determinada por esses mesmos países da
ONU há 55 anos.
O corte total de relações com Israel é algo que achamos impossível de se
estabelecer pois o órgão mais forte da ONU é o CS, onde EUA fazem o que bem
entendem e só defendem seus interesses, e tanto é que os acordos só se
estabelecem por intermédio dos americanos, que fazem acordos com Israel e vão
cedendo aos interesses palestinos aos poucos, desde que estes não lhes tire a
autonomia.
Foi justamente pelo não cumprimento do acordo que os árabes fazem oposição
contra tudo o que seja Ocidental – israelense ou judeu ou norte-americano. Essa
semente plantada pelo Ocidente é um dos mais poderosos fertilizantes para o
cultivo do ódio. E, pela via do ódio, nada pode ser construído.
Entre 1980-1990 ocorre a guerra Irã- Iraque. O Irã acabara de se transformar em
República, após muitos conflitos étnicos e internos (políticos), através de 1
governo que acabava de assumir o poder por meio da pressão popular, que
resultou na deposição do governo aliado aos EUA. O novo governo apoiava o
terrorismo como política de Estado e não se alinhou aos americanos. Na fraqueza
causada pelo desgaste dos confrontos civis o Iraque ataca o Irã pela disputa
dos direitos de num canal do Golfo Pérsico. A guerra tinha por objetivo obter o
controle de bacias petrolíferas, estradas e a liderança do mundo árabe pelo
ditador Saddam Hussein. O Iraque teve apoio dos EUA e outras potências
interessadas no petróleo. A guerra acabou sem vencedor e com 700.000 baixas.
Em 1991 o Iraque ataca o Kuwait, pois os iraquianos estavam individado9s pela
guerra contra o Irã e os preços do petróleo estavam em baixa o que fazia com
que não houvesse possibilidades de recuperação da economia iraquiana. Com o
pretexto de que o Kuwait estava comercializando petróleo à baixo das cotas
estabelecidas pela Opep, o Iraque reivindicou indenizações e territórios do
país que negou-se a ceder e foi invadido. O Kuwait que comercializava petróleo
para as grandes potências recebeu a apoio destas, que não estavam interessadas
que o Iraque controla-se os poços petrolíferos deste país e saiu-se
“vitorioso”.
Em 2001 ocorreu também a guerra americana no Afeganistão que foi bombardeado
sob o pretexto de abrigar líderes terroristas.
Lá no ano de 2003 ocorre a guerra anglo-americana no Iraque que culmina com a
derrubada do ditador Saddam Hussein do poder e a instauração de “uma
democracia”. Os americanos foram contra o veto dos outros países que fazem
parte do CS e atacaram os iraquianos defendendo a tese de que estes produziam
armas de destruição em massa, que até hoje não foram encontradas. As tropas
americanas ainda ocupam o território iraquiano. Segundo Jornal Correio do Povo,
esta guerra já custou U$$ 20.000.000 e algumas baixas aos americanos.
Todas essas guerras tiveram o apoio direto ou indireto dos americanos, que
possuem interesses geopolíticos em todo o Oriente Médio, a começar pelo estado
de Israel. O país é uma potência militar e encontra-se com seu litoral no Mar
Mediterrâneo, sendo um centro estratégico para os EUA na região. Além disto, os
EUA possuem interesses no controle das reservas petrolíferas da região
(energia), responsável por movimentar a economia mundial e manter o dólar como
moeda base.
CHECHÊNIA
A Chechênia é uma República autônoma localizada no Cáucaso, região montanhosa
sendo um dos limites entre o Continente Europeu e o Asiático. A religião
predominante é a Islâmica. A maior parte da população é de etnia Chechena, mas
existem minorias Ilguchétia e Russa. Desde 1830 os Russos dominam a área e os
chechenos resistem à invasão. Em 1920 a Chechênia foi incorporada à URSS. Em
1934 a Chechênia e a Ilguchétia se unem em uma província formando uma
República.
Em 1945 os chechenos são acusados de colaborar com os alemães na Segunda Guerra
Mundial. Com esta acusação, Stálin dissolve a República.
Com o fim da URSS em 1991, a Checheno-inguchétia proclama a independência, mas
os russos não a reconhecem, pelo fato do Cáucaso ter enorme importância
econômica e estratégica para a Rússia. Lá se encontram seus interesses
petrolíferos e as linhas de defesa da sua fronteira meridional.
Conseqüentemente inicia-se o conflito.
Em 1994 o presidente russo Boris Ieltsin ordena a invasão da Chechênia, em 1995
é determinada a intervenção militar para restaurar a autoridade de Moscou.
A primeira Guerra da Chechênia terminou com uma humilhante derrota chechena
para as forças russas em 1996. Tendo como saldo 40 mil mortos, mais de 500 mil
desabrigados e várias cidades completamente destruídas. Pelo acordo Khaasavyurt
é negociado um cessar-fogo.
O governo russo denunciou que o governo checheno não conseguiria controlar as
gangues e o crime organizado, além dos conflitos étnico-religiosos. Em 1999, o
então Primeiro ministro Russo, Putin, deu início a uma nova ofensiva, uma
operação antiterrorista, em contra-partida a uma onda de ataques terroristas.
Em Moscou um atentado matou quase 300 civis russos; simultaneamente, outros
atentados ocorriam, como a ocupação de um hospital que provocou a morte de 120
pessoas.
Em 2003 houve a invasão de um teatro em Moscou matando mais de 150 pessoas. Em
resposta a Rússia atuou com operações de bombardeios sobre os refúgios
montanheses dos chechenos.
Sem haver a mínima esperança de paz, a ocupação da Chechênia pela Rússia
continua. Os separatistas permanecem lutando, com atos de violência cada vez
maiores, matando todos os dias mais inocentes, onde ninguém consegue prever
quando esta guerra terá seu fim.
A ÍNDIA E O PAQUISTÃO NA DISPUTA PELA CAXEMIRA
A Índia é uma potencia regional e seu poder nesta região da Ásia é contestado
pelo Paquistão. O conflito entre estes dois vizinhos tem raízes profundas. Sua
causa vem desde o processo de Imperialismo realizado pelos europeus durante o
Século XX na África e na Ásia. A origem do conflito entre Índia e Paquistão é o
agrupamento, em uma mesma colônia, de grupos étnicos e religiosos.
O Império Britânico se apossou da Índia em 1763, com o conflito denominado
Guerra dos Sete Anos. Neste período a região mantinha uma certa autonomia
política. A partir de 1848, a Inglaterra impôs uma administração Britânica na
região, construindo estradas, organizando missões políticas e religiosas,
afetando assim, os costumes locais e destruindo a tradicional industria têxtil
que não consegui competir com a industria inglesa.
A presença britânica e as alterações que elas provocaram na sociedade local,
causaram revoltas e o despertar do nacionalismo indiano. Em 1876, a índia se
tornou área do império britânico.
O processo de descolonização levou o Reino Unido a deixar a região em 1947.
Então a colônia da Índia Britânica se divide em dois países que ocuparam áreas
segundo a presença majoritária de indivíduos de cada religião. Surge assim, a
Índia (estado Hindu). e o Paquistão (Estado Islâmico).
As tensões entre estes indianos e paquistaneses começaram logo após a retirada
dos britânicos. Hindus que viviam no Paquistão fugiram para a Índia e o mesmo
ocorreu com os muçulmanos que viviam em terras indianas. O número de pessoas
que deixaram suas casas foi de mais de 10 milhões e cerca de 1 milhão de
pessoas morreu no processo.
Uma das principais causas do conflito atualmente é a posse das terras da
Caxemira. Das três guerras entre os dois países, duas foram pelo controle desta
região montanhosa localizada no norte da Índia e que faz fronteira com o
Paquistão e com a China. Nesta região o exercito indiano e rebeldes
separatistas se enfrentam. A região é habitada na sua grande maioria por
muçulmanos (78%), mas são os indianos que controlam maior parte da região.
O conflito serviu para militarização da fronteira entre os dois países e para
uma corrida armamentista. Ambos países já tem armas nucleares. Agravando ainda
mais a tensão, junto com o apoio chinês ao paquistanês.
TIMOR LESTE
O Timor Leste, mais jovem país do mundo, é uma ilha localizada no extremo leste
do grupo de ilhas que formam a Indonésia. As únicas fronteiras territoriais que
o país possui ligam-se à Indonésia.
Como a maioria das ex-colônias portuguesas, o Timor se tornou independente em
1975 após a Revolução dos Cravos, passando a governar a ilha a Frente
Revolucionária do Timor que proclamou a República. Porém a independência durou
pouco. Tropas Indonésias invadiram a ilha, que com apoio norte-americano
avançava suas fronteiras.
Os Indonésios iniciaram forte repressão aos que se opunham à ocupação. Uma
política de genocídio resultou em um longo massacre de timorenses provocando a
morte de 200 mil pessoas e a destruição de centenas de aldeias pelos
bombardeios. Com a fome e o enfraquecimento dos opositores a Indonésia anexa o
Timor completamente. A anexação não é reconhecida pela ONU, nada foi feito para
proteger o direito de autodeterminação do povo do Timor.
Em 1999, após anos de lutas internas, a ONU propõem ao governo Indonésio um
plebiscito que seria supervisionado por seus agentes. O resultado foi quase 80%
a favor da independência do país.
Percebendo que o Timor Leste estava prestes a conquistar a independência, a ala
radical do exército indonésio recruta e treina milícias armadas locais para
espalharem o terror entre a população. Homens armados matam nas ruas pessoas
suspeitas de terem votado pela independência, cerca de 200 mil mortos. A
população começa a fugir para as montanhas buscando refúgio
A ONU conseguiu junto ao governo de Jacarta que tropas internacionais de Paz
atuassem no país. O acordo somente foi concretizado após a decisão dos EUA de
suspender a cooperação militar e a venda de armas à Indonésia e o anúncio do
Fundo Monetário Internacional de cortar a ajuda financeira ao país.
Desde então tropas da ONU formadas por soldados australianos, brasileiros,
ingleses, franceses portugueses ocupam e protegem a ilha. Um administrador da
ONU comanda o país com ajuda de um conselho local.
ANGOLA
Angola era uma colônia portuguesa e tornou-se independente em novembro de 1975,
desde então, o país está envolvido numa guerra civil que opõe o MPLA (Movimento
Popular para a Libertação de Angola), partido de cunho marxista que assumiu o
poder, à Unita (União Nacional para a Independência Total de Angola).
O MPLA e a Unita assinaram em Lusaka (capital da Zâmbia), em novembro de 1994,
um acordo. Para implementá-lo, o ONU organizou uma missão de paz, que incluía a
participação do Brasil. O não-cumprimento do acordo levou à continuação da
guerra interna.
Durante a Guerra Fria e por causa dos enfrentamentos ideológicos de então, a
Unita recebeu apoio dos EUA, da França e da África do Sul. Hoje, o MPLA domina
as reservas de petróleo do país e a Unita, as regiões produtoras de diamantes.
Em 1998, o reinicio da guerra entre a Unita e as forças do governo frustrou a
repatriação de cerca de 220 mil angolanos refugiados em outros países e forçou
1,5 milhões a deixar suas casas. Os confrontos deixaram cerca de 500 mil mortos
e 10 milhões de minas no território.
Conflito na Irlanda - Católicos e Protestantes
Em Dezembro de 1921, o governo londrino foi forçado a negociar e colocar fim à
guerra de independência anglo-irlandesa. Por esse acordo separava-se a Irlanda
em duas regiões distintas: a Irlanda do Norte (seis condados) da Irlanda do Sul
(26 condados), que passava a se denominar Estado Livre da Irlanda e
posteriormente, República da Irlanda ou Eire. A Irlanda do Norte ou Ulster
continuou a fazer parte do Reino Unido, mas teria liberdade de escolha, ou
seja, agregar-se ou não ao novo Estado. O Ulster, de maioria protestante, era
leal à coroa inglesa e não tinha, e não tem, mínimo interesse na unificação com
o Eire de maioria católica.
A Inglaterra continuou a aceitar a possível unificação, mas declarava que em
nenhum caso a Irlanda do Norte (Ulster - protestantes) deixaria de fazer parte
dos domínios britânicos sem o consentimento de seu próprio parlamento. Mas, a
minoria católica do Eire, confinada a uma situação social e política
discriminatória, passa a organizar um Movimento em prol da anexação. Esse movimento
é formado e estruturado com base na criação de organizações clandestinas e
terroristas, já que por vias pacíficas se tornava impossível diante do
monopólio parlamentar em mãos protestantes.
Desde então, principalmente após a década de 1960, a divisão da Irlanda
permanece um foco de tensão, tornando a região palco de violentos distúrbios
provocados pelas reivindicações da minoria católica pró-unificação.
A existência de uma só Irlanda não é interessante para os protestantes, pois se
tornariam minoria, daí o motivo de serem contra.
A luta contra o separatismo é disputada entre vários partidos, prós e contras.
Alguns legalmente constituídos, outros clandestinos que combinam estratégias
políticas e/ou militar-terrorista. A violência dessa disputa levou o governo
britânico, em 1972, a intervir militarmente e assumir diretamente as funções
políticas na região do Ulster.
Em 1993, os primeiros-ministros da Grã-bretanha e da Irlanda do Norte assinaram
uma declaração conjunta admitindo o direito da população da Irlanda do Norte de
escolher o seu destino através de um plebiscito em que a população
norte-irlandesa possa optar por permanecer integrada ao Reino Unido ou
juntar-se à Irlanda. A minoria católica não aceita. A luta continua.
São esses os principais partidos ou organizações que se enfrentam na defesa de
seus interesses:
§ Sinn Fein ("Nós Mesmos") - partido político irlandês católico.
Apoiou a campanha de violência do IRA contra alvos britânicos. Tem como
objetivo unificar toda a Irlanda, descartando a interferência inglesa.
§ Partido Unionista do Ulster -o maior partido protestante da Irlanda do Norte
e defende a manutenção da província como parte do Reino Unido.
§ Exército republicano Irlandês – IRA. Organização clandestina, representante
dos católicos, que através de atos terroristas tenta acabar com o separatismo
entre os dois setores irlandeses. Nos últimos tempos tem tentado assumir
posições mais pacifistas, o que tem gerado dissidências.
§ O IRA Autêntico é o principal grupo republicano dissidente da Irlanda do
Norte. A organização surgiu em outubro de 1997 como uma dissidência do IRA e é
formado por membros do IRA histórico que se sentem frustrados com a diminuição
dos ataques na província.
§ Partido Social Democrático e Trabalhista da Irlanda do Norte, representante
da comunidade católica de linha moderada.
§ Partido Unionista Democrático - DUP - é o segundo maior partido na Irlanda do
Norte entre os que defendem a permanência da província no Reino Unido. Assume
uma posição contrária a qualquer tipo de concessões à comunidade católica.
A Questão Basca
A origem do povo basco é desconhecida e possui mais de 5 mil anos de história.
A língua falada pelo povo é uma língua isolada e muito antiga, provavelmente
uma evolução da língua dos primeiros povos que migraram para a Europa. Há ainda
estudiosos que tentam ligá-lo a línguas africanas e ao idioma dos etruscos. É
uma língua falada ou compreendida por pelo menos 800.000 pessoas.
Os bascos ocupam regiões da Espanha e da França. Hoje existem cerca de 500 mil
bascos habitando quatro províncias espanholas (Vizcaya, Guipuscoa, Alava e
Navarra) e três francesas (Labourd, Baixa Navarre e Soule).
No final da década de cinqüenta, surgiu na Espanha uma organização nacionalista
denominada
(ETA - Euskadi Ta Azkatasuma - Pátria Basca e Liberdade) com o objetivo de
defender a autonomia do povo basco. Exigiam e exigem a criação de um Estado
Basco em terras do norte espanhol e parte da França.
Sua estratégia é utilizar atentados de caráter terrorista para atingir seus
objetivos. Depois da morte de Franco (1975), com o processo de redemocratização
na Espanha, os Bascos ganharam uma certa autonomia, mas a exigência de um
Estado Nacional Basco livre e autônomo não permitiu que a paz retornasse á região.
Atualmente, intensificaram os atentados violentos a bomba e assassinados de
autoridades espanholas no intuito de chamar a atenção da opinião pública
mundial sobre seu movimento e forçar uma decisão política que atenda seus
objetivos.
A Questão russa
Em 1991, as 15 repúblicas Soviéticas organizaram um plebiscito para decidir a
separação da URSS e conseqüentemente, Rússia, Ucrânia, Geórgia, Azerbaijão, e
outras se tornariam países independentes. A população soviética votou
maciçamente contra a separação. Mas Boris Yeltsin, apoiado pelos EUA, logo que
assumiu o poder, deu inicio ao processo de desagregação.
Auxiliadas pelos países ricos do G7, essas ex-repúblicas se tornaram
independentes e se afastaram da Rússia. Acabaram se tornando dependentes economicamente
e militarmente dos EUA.
Armadas, endividadas, seduzidas pelo capital ocidental, navegando sobre um
leito de petróleo, procuram ampliar e defender sua área geográfica gerando
inúmeros conflitos fronteiriços e separatistas na região.
A área do Mar Cáspio é rica em petróleo e gás natural e, por coincidência é
exatamente aí que se situa as ex-repúblicas mais cobiçadas, como, Cazaquistão,
Azerbaijão e Geórgia. O petróleo produzido vem sendo transportado por oleodutos
que passa pela Chechênia e pela Rússia em direção a Novorossysk no Mar Negro.
Essa situação não é confortável para os EUA e os países ricos ocidentais que já
controlam mais de 50% dos investimentos petrolíferos na Bacia do Cáspio.
Portanto, Washington está buscando outras rotas. A intenção é contornar a
Rússia, e a proposta é um oleoduto que cortaria a Turquia em direção ao Mar
Mediterrâneo.
Existem suspeitas de que os conflitos na Tchetchênia, Ossétia do Sul, Armênia,
Abkhazia e outros fariam parte de uma conspiração orquestrada pelos EUA para
dividir a região e torná-la mais facilmente manipulável.
a Reunificação das Coréias
Na passagem da Idade Média para moderna, a região onde hoje se situa a Coréia
era disputada por chineses, mongóis, japoneses e russos. Na primeira metade do
século XX, a Coréia fica sob domínio dos Japoneses.
Com a rendição japonesa em 1945, a península Coreana é dividida em duas zonas
de ocupação - uma norte-americana, no sul, e outra soviética, no norte. A
partir de 1948, as duas regiões se convertem em Estados: Coréia do Norte e
Coréia do Sul. A primeira adota o regime comunista e a segunda mantém uma
orientação do tipo capitalista. Entre 1950 e 1953, os dois lados entram num
conflito armado, onde se envolvem outras potências: EUA e China. Uma trégua é
assinada em 1953 criando uma zona desmilitarizada entre as duas Coréias, mas
sem solução definitiva para as divergências.
As duas continuam tecnicamente em guerra, pois nunca assinaram um acordo de
paz.
No momento, as duas Coréias tem feito tentativas de aproximação visando uma
possível unificação: eliminação de embargo comercial de ambos os lados;
suspensão de parte do programa nuclear em troca do abrandamento das sanções dos
EUA; negociações entre o Estado norte-coreano e empresas da Coréia do Sul, para
a implantação de indústrias, a exploração do turismo e a produção de energia
nuclear com fins pacíficos.
A Coréia do Sul capitalista é muito superior em desenvolvimento econômico em
relação á Coréia do Norte Comunista. O PIB da primeira chega a superar 20 vezes
ao da segunda, o que deve dificultar a situação.
A Guerra do Golfo pérsico
Em 1990, o presidente do Iraque Saddam Hussein acusou o Kuwait de provocar a
baixa no preço do petróleo ao produzir e vender mais do que a cota estabelecida
pela Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) prejudicando a
economia iraquiana. Exigia, ainda, que o Kuwait perdoasse uma dívida de US$ 10
bilhões contraída durante a guerra contra o Irã e o pagamento de uma
indenização de mais de US$ 2 bilhões, com a alegação de que os kuwaitianos
retiraram petróleo iraquiano na região fronteiriça de Rumaila.
Em 02 de agosto de 1990, o Iraque invade o Kuwait. Forças coligadas de 28
países sob a liderança dos Estados Unidos bombardeiam Bagdá, iniciando a Guerra
do Golfo. O Iraque se rende em fevereiro de 1991.
A ONU decidiu impor uma série de embargos, com o objetivo de assegurar-se do
desarmamento do Iraque; os Estados Unidos estabeleceram uma zona de exclusão
dentro do Iraque, para proteção das minorias curdas. Nesta zona de exclusão, o
Iraque deixa de ter soberania e, ainda mais, alguns outros embargos, econômicos
e políticos. O conflito ainda não terminou, apesar de mais de uma década que
passou. Imposições políticas e econômicas dos vencedores estão destruindo o
país. A miséria é crescente. Os Estados Unidos através de sabotagens,
bombardeios e apoio à oposição iraquiana, tentavam enfraquecer Saddam Hussein
até sua captura, quando se encontrava escondido num túnel secreto no Iraque.
A Questão Balcânica
Desde a II Guerra Mundial (1939-1945), o mundo não testemunhava matança igual á
promovida na Península Balcânica de Sérvios, Croatas, Bósnios, e Kosovares.
Após a Primeira Guerra Mundial, para não se submeterem ás potências maiores, as
regiões balcânicas, situada a sudeste da Europa resolvem se unir
constituindo-se na Iugoslávia ("Eslavos do Sul"), congregando sete
povos: sérvios, croatas, eslovenos, macedônios, montenegrinos,
Bósnia-Herzegovina e os albaneses.
A Iugoslávia ficou, então constituída por seis repúblicas: Sérvia, Eslovênia,
Croácia, Bósnia -Herzegovina, Montenegro e Macedônia. Uma verdadeira colcha de
retalhos étnico-religiosa: cinco povos, quatro línguas, dois alfabetos, três
religiões (católicos, Ortodoxos e Mulçumanos).
Os governantes promoveram a essa orquestra desafinada a aparência de uma
unidade, mas, na verdade, as diferenças culturais e religiosas ficaram apenas
adormecidas. Com o passar do tempo, a Iugoslávia foi gradativamente se
diluindo, até a chegada ao poder do comunista, de Soblodan Milosevic em 1987.
Após esse período, os Bálcãs voltaram a ser o foco de crise na Europa,
repetindo as cenas de violência praticadas no início do século.
O principal conflito ocorreu na região de Kosovo, uma província que tem uma
composição étnica e religiosa diferente da maioria da Iugoslávia. Os kosovares
são de origem albanesa e muçulmana, enquanto os sérvios são cristãos ortodoxos.
Mais de 90% da população de Kosovo é origem albanesa. Buscando a separação dos
sérvios e sua própria autonomia, iniciaram um movimento.
Milosevic afirmava que considerava Kosovo, o berço do nacionalismo sérvio e
argumentava que queria evitar que a Iugoslávia perca mais territórios. E por
tais razões, não queria ceder liberdade ao povo kosovar.
A OTAN, alegando motivos humanitários e buscando evitar uma limpeza étnica para
expulsar os kosovares, interviu na guerra. Milosevic foi derrubado do poder
devido acusações de crimes de guerra e genocídio durante conflitos em Kosovo,
Croácia e Bósnia.
Colômbia - Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC)
A FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) surgiu em 1964, sob a
liderança de Manuel Marulanda Vélez, cujo verdadeiro nome é Pedro Antônio
Marín. Atualmente possui aproximadamente 15.000 militantes. A princípio de
tendência liberal, Marulanda, logo se engajou no Partido Comunista e se tornou
o chefe das FARC.
São constituídos por diversos grupos político-militares que lutam nos meios
rurais por uma mudança de regime que derrube a classe dominante que, segundo
eles, é reacionária e aliada a uma minoria privilegiada. "Lutamos pelo
estabelecimento de um regime político democrático que garanta a paz com justiça
social, o respeito aos Direitos Humanos e um desenvolvimento econômico com bem-estar
para todos os que vivem na Colômbia".
Em sua maior parte, esses grupos cultuam a ideologia comunista, mas sem
respeitar os conceitos básicos dessa doutrina. A estratégia é a revolução
armada.
Por várias vezes foram tentadas formas de pacificação e entendimento entre as
FARCs e o governo, mas sem sucesso.
O governo liberou aos rebeldes uma área desmilitarizada de 42 mil quilômetros
no sul do país que posteriormente levou a denominação de "Farclândia"
para servir de sede para as negociações de paz. Essa concessão, no entanto não
produziu o resultado esperado. Ações violentas dos rebeldes, que culminaram com
o seqüestro de um avião e a captura de um senador, fizeram com que o presidente
Andrés Pastrana, em Fevereiro de 2002, rompesse o processo de paz e iniciasse
uma ofensiva contra os guerrilheiros das FARCs.
Alguns analistas apontam uma outra dificuldade em acabar com esse movimento.
Com o passar do tempo, laços de interesses foram criados entre alguns grupos de
traficantes, produtores de drogas e membros das FARCs. Essa ligação tornou o
movimento, um tanto quanto rentável. Segundo esses analistas, a conotação
político-ideológica, seria apenas uma estratégia que encobre o verdadeiro
objetivo: lucrar com o tráfico.
Outro aspecto interessante a se destacar é a existência de grupos paramilitares
de direita (a principal delas é a AUC - Autodefesas Unidas da Colômbia), não
apoiados oficialmente pelo governo e lutam contra os grupos de esquerda por
controle de territórios. Esses grupos de esquerda ou direita levam terror á
população das regiões colombianas. Se derem proteção à guerrilha de esquerda,
são punidos pelos da direita e vice-versa. Se assumirem posição de
neutralidade, são punidos pelos dois grupos.
Movimento Zapatista - México
Em 1 de janeiro de 1994, (quando entrava em vigor o acordo assinado pelo
México, o Tratado de Livre Comércio - NAFTA - com os E.U.A) o líder rebelde,
"Subcomandante Marcos", diante do prédio da prefeitura de San
Cristovan, região de Chiapas, leu a Primeira Declaração da Selva Lacandonica
(sub-região de Chiapas). Este documento era uma declaração de guerra ao governo
neoliberal de Carlos Salinas Gortari e exortava os poderes do Estado para que
restaurassem a legalidade e estabilidade e que fosse deposto o ditador.
Reivindicavam trabalho, alimentação, saúde, terra, teto, educação,
independência, liberdade, democracia, justiça e paz.
Paralelo ao manifesto, os militantes do EZLN, utilizando armas obsoletas,
invadiram e tomaram várias cidades em Chiapas, mantendo-as ocupadas até hoje
com governos autônomos escolhidos por eles.
Ao todo, as comunidades indígenas de dez Estados da federação deram seu apoio
ao movimento.
Organizados no Exercito Zapatista de Libertação Nacional (EZLN), os indígenas e
camponeses, passaram a lutar contra o governo mexicano, responsabilizando-o
pela exclusão e marginalização da população pobre do país.
No México, calcula-se, exista aproximadamente 10 milhões de indígenas de etnias
diversas e outros 20 milhões de pessoas da mesma origem vivendo em condições de
pobreza e de quase indigência.
A denominação "Zapatismo ou Zapatista" é uma homenagem a um líder
camponês do início do século XX, Emiliano Zapata, que conduziu os camponeses e
indígenas a uma luta de reivindicação por direitos básicos. Acabou traído e
assassinado por um grupo de governantes que havia chegado ao poder com seu
apoio.
Além do grupo Zapatista, existem, no México, outros movimentos guerrilheiros
atuantes que lutam pelos mesmos objetivos. A Organização Independente dos Povos
Unidos de Huasteca (OIPUH); O Exercito Popular Revolucionário (EPR) que milita
no Estado de Guerrero; O Exercito Unsurgente Revolucionário do Sudeste (EIRS)
no Estado de Oaxaca e outros grupos menores. Ao lado destes, atuam ainda grupos
paramilitares apoiados pelo governo com o objetivo de desestabilizar esses
movimentos reivindicatórios, pressionando-os a se entregar e desistir de sua
luta. Estes grupos paramilitares, cercam as cidades onde atuam o EZLN
impedimento a chegada de alimentos e medicamentos, fechando escolas, postos de
saúde, prejudicando o abastecimento de água e energia, etc.
O "líder" do movimento Zapatista é o Subcomandante Marcos, um
codinome que o permite atuar anonimamente. Já ocorreram várias tentativas para
matá-lo e/ou denegrir sua imagem, mas sem muito sucesso. Seu rosto não é
conhecido, mas sabe-se que seu nome é Rafael Guillér.
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