O Cerrado é um domínio de grande biodiversidade que pertence ao bioma das Savanas,
com formações vegetais que apresentam dois estratos: um arbustivo e outro herbáceo. Essa paisagem integra um relevo de planaltos com chapadões sedimentares, a vegetação savânica, o clima Tropical Semi-úmido, solos arenosos e ácidos, sujeitos ao problema da laterização.
O clima do Cerrado apresenta médias térmicas elevadas (entre 20º C e 28º C ), chuvas
concentradas no verão, em decorrência da atuação da massa de ar Equatorial Continental, e do
inverno seco.
Quanto à hidrografia, é importante salientar que a região corresponde ao principal divisor
de águas do país, onde localizam-se as nascentes de importantes bacias hidrográficas, como a do
Araguaia-Tocantins, a do São Francisco e a do Paraná.
A origem dos solos está associada a sedimentos antigos, que vem se transformando há
milhares de anos. Observa-se a pobreza em cálcio e nutrientes minerais, apesar das altas
concentrações de alumínio e ferro, que contribuem para a formação de carapaças ferruginosas
denominadas lateritas.
O Cerrado Arbóreo é formado por árvores tortuosas e espaçadas, com tronco de cortiça
espessa, folhas grossas e ásperas e aspecto xeromórfico; as raízes são longas, com até 15 m, e
capazes de buscar a água no lençol freático em profundidade, no período seco.
Essa formação vegetal é sujeita às queimadas naturais que, quando ocorrem em
pequenas extensões, compõem a sua dinâmica, evitando que as gramíneas dominem a biodiversidade e tornem as terras impróprias para a fauna local; o fogo promove o rebrotamento de várias espécies e cria hábitat adequado para a Ema e o Veado Campeiro.
Como essa região tem sido ocupada, desde os anos 70, pelas monoculturas comerciais
mecanizadas, tem ocorrido o desmatamento e a utilização da queimada como forma de manejo
agrícola. Isso leva à perda da biodiversidade, prejudica a fauna local de mamíferos e destrói as
matas-galeria, que protegem a rede de drenagem, junto aos rios.